XuCruTinho
domingo, dezembro 14, 2008
 
Os meus dias de angústia começaram depois de um jantar na casa do meu pai. Lá pelas tantas, a mulher dele, do nada, me disse: “Você sabe da última novidade do seu pai, Gabriela? Agora ele é ateu”. Eu olhei para o meu pai em choque e ele estava rindo. Disse: “Querida, eu não sou ateu, eu só não acredito mais em Deus”. Aquilo pra mim foi como perder o chão. Eu conheço muita gente que se diz ateu, mas o meu pai? Ele, que sempre me escrevia cartas quando morávamos em cidades diferentes, dizendo para eu nunca deixar de “rezar”, porque Deus era muito importante, justo ele não acreditava mais.

Levada pela não aceitação do fato, tomei a pior decisão da minha vida: resolvi argumentar. A discussão começou comigo questionando como ele poderia não acreditar mais em Deus. O debate durou cerca de uma hora e fez um estrago em mim. Meu pai tinha acabado de ler a Superinteressante, que é uma revista que trata de temas religiosos sempre com um leve tom de “quem acredita em Deus é retardado”, e outros livros nessa linha, então ele estava com os argumentos fresquinhos, louco para desfilar com eles pela sala e, de preferência, sobre a minha dignidade. Além dos comentários super “científicos”, ele fez aqueles velhos questionamentos como “então como você me explica um Deus que deixa tantas pessoas passarem necessidade? Hein? Você acha que elas estão sendo castigadas por algum pecado que cometeram?”. É claro que eu não sei responder a esta pergunta. A verdade é que ninguém sabe, nem os cristãos, nem os ateus. E é exatamente por isso que eu acho que ela só reforça a existência de Deus, porque há um mistério nesta vida, um quê de inexplicável na ordem natural das coisas, onde a lógica fica marginalizada, e, pra mim, torna audível a voz do Criador.

Só que na hora, ali, discutindo com o meu pai, eu quis ter uma resposta. A arrogância e o desprezo com que ele falava sobre o invisível me fez desejar dizer algo que o calasse, que o fizesse ter um pouco mais de respeito pelo o que ele não enxerga. Mas é claro que eu não consegui porque, como eu disse antes, nessas discussões a lógica fica um pouco de lado. É sobre fé que nós estávamos discutindo, ainda que meu pai dissesse que não. Quando você diz que não acredita em alguma coisa, você está dizendo que não tem fé naquilo. “Eu não acredito que não existe. Eu tenho certeza”, meu pai falava, como se o fato de ele ter esta certeza fosse o suficiente para apagar a existência de Deus.

O meu irmão também me olhava com a mesma cara de deboche e trazia argumentos com arrogância para a mesa. No calor das tentativas de me provar como eu era ingênua por acreditar em Jesus, eles me chamaram de burra e riram muito de mim.
Aquela discussão me magoou demais. E abriu uma ferida no meu coração. Voltei a sofrer com a importância que eu sempre dei para as opiniões do meu pai e me peguei questionando as coisas em que acredito. Uma noite, dois dias depois do acontecido, voltando do trabalho, eu não conseguia parar de pensar em tudo o que meu pai e o meu irmão haviam dito pra mim. Comecei a perguntar pra Jesus porque ele tinha deixado aquilo acontecer, porque Ele não fez algo pra provar que existe, porque ele não fez nada. No carro, pensando nisso, fui ficando confusa e resolvi fazer uma oração. Mas imediatamente comecei a chorar ao perceber que já não tinha mais tanta fé nas coisas que eu estava dizendo. Então dirigindo, gritei aos prantos, “Senhor!! Por que o Senhor está deixando isso acontecer?? Eu estava feliz, Deus, crendo no Senhor!! Por que o Senhor não fala nada?”. Chorava e gritava muito. Foi horrível.

Esse caos durou 3 dias. Três dias intermináveis.

Depois que eu me acalmei, vi que, o que me irritou, foi ter sido, mais uma vez, rebaixada pelo meu pai e pelo meu irmão por simplesmente ser como eu sou. Não vou mentir, ainda estou muito magoada com eles. Não diretamente, pensando coisas como “agora eles vão ver só”, mas é algo sutil, que me deixa intolerante com os acessos estúpidos de “eu sei absolutamente tudo” dos dois, impaciente só com a presença deles, indiferente a necessidade de fazer a manutenção do vínculo familiar por meio de perguntas como “você não me parece bem, o que houve? Posso ajudar?” e “que dia você viaja para os Estados Unidos?”. Eu simplesmente parei de me importar, esfriei sem querer esfriar. Meu irmão, que mora comigo, pegou o vôo para outro país e eu fiquei sabendo no dia em que cheguei em casa do trabalho e ele estava indo para o aeroporto.

Mas é lógico que não me orgulho de nada disso. O pior é que depois daquele jantar na casa do meu pai, tudo mudou. Foi como descobrir que eu, na verdade, nunca convenci ao meu Deus com a minha “vida espiritual” porque eu não era uma cristã de verdade. Nunca fui! Cheguei a pregar em presídios sobre o amor dEle, era líder do grupo de oração das meninas na igreja... Mas hoje eu vejo que era como se eu tivesse uma identidade secreta, paralela a de crentinha, em que eu era uma pessoa impiedosa, arrogante, que manipulava diversas situações para ninguém ver os meus pecados. Só que eu não sabia disso. Juro pra você, eu achava que estava fazendo o melhor, que eu tinha um super relacionamento com Jesus, mas... Eu não tinha. Era tudo um grande esforço, não era genuíno. Eu só me esforçava para ser uma cristã, nada mais, pouquíssimas coisas eram transformações verdadeiras de caráter.

Paralelo a isso, eu ainda descobri que tenho muitas mágoas remanescentes do meu pai e do meu irmão, mágoas que eu jurava que já tinha resolvido e até saía por aí discursando sobre perdão.
Além disso, tudo isso me surpreendeu com mais uma novidade: depois daquele jantar, eu, na verdade, não duvidei que Deus existe, eu duvidei que Ele se importa. Duvidei que Deus liga para nós de verdade, que nos ama incondicionalmente. Porque no fundo, eu sempre vi Deus como um Pai que vai nos fazer sofrer, tirar de nós o que gostamos, ignorar nossos sonhos, nos cobrar com severidade a perfeição e só caso a conquistemos é que Ele nos deixará viver. Exatamente como o meu pai sempre fez. Quer dizer, eu não duvidei de Deus. Eu apenas lhe transferi a pessoa do meu pai e comecei a acreditar que Deus se comportaria como o homem que me criou. E me machucaria.

Então, aquele dia no jantar, um sentimento de incredulidade não foi gerado em mim. Ele já estava lá. E essa é a pura verdade. Puxa vida, Jesus sempre soube disso, o que triplica a minha vergonha. Só de lembrar de mim fazendo pose de santinha me dá vontade de esfregar meus dentes no asfalto. Quem é que eu estava tentando impressionar, Jesus?

Agora tudo está bem diferente na minha vida. Eu não sei mais direito quem eu sou, partindo do principio que eu escondi por muito tempo as minhas falhas e misérias. Antes eu lia a Bíblia crendo que o Espírito Santo me faria grandes revelações, só para eu chegar na minha igreja e contar para todo o mundo o que Deus andava falando comigo. Hoje é diferente. Eu simplesmente leio, tento aprender e oro com a maior sinceridade possível, sem me achegar de roupa de gala e sapato de salto ao meu Deus, que esquadrinha meu coração.

Também tenho falado menos sobre os meus “conhecimentos teológicos”, aquelas coisas de ficar comentando o que Deus quis dizer em tal passagem da Bíblia, as incríveis teorias sobre a Cruz e a salvação garantida a todos por Jesus Cristo por meio do seu sacrifício de amor. Perdi totalmente a vontade de ficar desfilando com as minhas opiniões. Quando se iniciam discussões assim em meio ao meu grupo de amigos, me afasto. Eu me desinteressei por isso, o que é bem estranho se eu lembrar que amava falar em público e sentir que todos prestavam atenção no que eu estava dizendo. Grande cristã essa que cuida da sua vaidade como uma planta num vasinho.

Em tradução, enjoei de ser o que meu pai me ensinou a ser, uma sabe-tudo de nariz empinado, e decidi refletir mais sobre a minha verdadeira identidade. Com a humildade de saber das minhas fragilidades e o quebrantamento de entender que eu preciso de Deus. O próximo passo é compreender que o meu pai e o meu irmão são dignos do mesmo amor e tentar colocar em prática o que Jesus ensinou de tão lindo na Bíblia.

É... Deus tem os seus métodos.

O cronômetro foi zerado para mim. Depois de tanto tempo caminhando, vi que boa parte da trajetória eu andei com a firmeza de uma orgulhosa e presunçosa, e não de uma apaixonada por Cristo. Algo como diz em Hebreus 5:12 (e eu cito esse versículo sem a menor pretensão de nada, a não ser de explicar como me sinto). Diz assim: “Embora a esta altura já devessem ser mestres, vocês precisam de alguém que lhe ensine novamente os princípios elementares da palavra de Deus. Estão precisando de leite e não de alimento sólido!”. E continuo com o versículo 14: “Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, tornaram-se aptos para discernir tanto o bem quanto o mal”.

Não vou mentir. A sensação de descobrir que você é uma farsa passa longe do agradável. É incrivelmente humilhante, mas sabe... Nesse momento, tudo o que eu tenho pensado é que a minha humilhação não deve ser assim tão ruim. Porque, nesse caso, o que me envergonha, glorifica a Deus. Mas não aquele Deus formal, bravo, como eu visualizava. Estou aprendendo a amar um Pai que trata conosco no profundo, que não deixa as nossas mentirinhas e pequenos fingimentos, criados para nós nos adaptarmos melhor a sociedade e que por muitas vezes nos machucam, passarem batidos. Um Deus que é de verdade e que, por mais que eu não entenda tudo sobre ele, me ama mesmo eu sendo uma completa idiota.

Não importa mais quem eu vou ser amanhã, eu só gostaria de todo o meu coração que fosse verdadeiro e que agradasse ao meu Jesus querido. Que ele viva através de mim e nesse processo, me dê a honra de ser meu amigo. Porque pior não é desacreditar em Deus. É pensar que Ele existe, mas se comportar como se não precisasse dEle. Isso sim o magoa.

E para aquela pergunta clássica “aonde é que está Deus?”, hoje eu respondo: Ele está onde sempre esteve. Onde é que está você.

...Gaby
 
Comentários:
Oie,
percebi que uma coisa grande aconteceu aí. Menina, não tive uma sensação muito boa... o que eu queria te dizer, se é que realmente entendi o acontecido, é que você não deve mudar seu jeito de ser a menos que sinta que está se tornando uma pessoa melhor. Sua família pisou em você e isso é mesmo muito difícil de superar, mas eu pessoalmente não acredito que você fosse uma farsa. Crenças deveriam ser indiscutíveis, porque as diferenças sempre geram brigas (a maioria das guerras no mundo acontece por isso né?) e eu acho que o mais importante de tudo em uma crença é que você se sinta bem com ela. Se essa briga com sua família servir pra você subir um degrau na sua visão religiosa, ótimo, senão, tenta relevar (conselho estúpido, eu sei), mas não mude o que você é se realmente não acreditar que é a coisa certa a fazer. Em relação a "virar ateu", eu particularmente não acho que ninguém vira nada. Ninguém passa a acreditar ou desacreditar em algo de uma hora pra outra... duvido que seu pai não peça uma ajudinha inconsciente a Deus num momento difícil, depois de acreditar nisso a vida inteira...

Gaby, tô com saudade dos nossos papos. Meu fim de ano tá super corrido mas graças a Deus as coisas melhoraram horrores pra mim. Se você quiser conversar, tô aqui, ok?

Um beijão e se cuida!!
 
Oi! Lembra de mim? Não? Deixa pra lá...
Nossa, fiquei perplexa ao voltar aqui depois de tanto tempo e ler esse texto enooorme tão diferente do que eu costumava ler antes. Não querendo criticar nenhuma das duas formas de escrever, pelo contrário, adoro a variedade dos seus textos.

Não pense que você é a única cristã no mundo que pregou pra esconder os próprios pecados. Isso é mais comum do que você imagina. Eu, como uma pessoa não-fervorosa mas com um montão de crenças dentro de mim, assim como outras muitas, estando de fora pude conhecer muitas pessoas assim. Fico feliz que você tenha percebido isso e assumido essa parte de você. Não tome essa experiência como má. É um aprendizado de auto-conhecimento muito valioso que só fez você crescer como pessoa. Não pense em como você era quando errou, pense na pessoa em que você se transformou depois de reconhecê-lo.

Quanto ao seu pai e ao seu irmão, te digo uma coisa: sei como dói a mágoa provocada por um membro da família mas pense que eles muito provavelmente não sabiam e não tinham a intenção de te magoar nem de te confundir com toda aquela bobagem cética sobre Deus. Algumas pessoas são extremamente racionais e acham que tudo pode ser resolvido com a lógica. Sabemos que a vida não é assim. Algumas pessoas simplesmente exageram nas palavras pelo medo de perder a discussão. tenho certeza de que se seu pai e seu irmão chegassem a ler o que você escreveu aqui iriam sentir uma culpa enorme pelo estrago emocional que fizeram.

Não se magoe mais remoendo tudo o que aconteceu entre você e sua família, saiba que todo relacionamento tem seus problemas, sejam eles entre família, amigos ou amantes e a melhor solução sempre foi a conversa. Com eles ou com alguém próximo, pra que eles saibam como você se sentiu e não façam de novo, ou talvez até te peçam desculpas.

Fique feliz com sua nova identidade, pense que você é uma pessoa melhor agora.

Espero ter ajudado. Tudo o que eu disse foi de coração, acredite.

Ah e depois me diga se ainda se lembra de mim, tá? Meu blog mudou mas o primeiro post explica um pouquinho. Beijos.
 
olá, Gaby! tudo bem contigo? Espero que sim! =)
Que bom que você tenha renovado sua fé e se encontrado em meio às dúvidas. Quando perdemos o chão que nos sustenta, levantar-se parece impossível, mas você superou essa fase. ;-)
Bom, faz tempo que não nos falamos, mas vim apenas avisar que semana que vem estarei por Curitiba, passando alguns dias de férias! Se você tiver um tempinho, quem sabe se a gente não se esbarra por aí?! =)
Beijos!
Edson
 
lindo!
sei lá, me bateu tristeza lendo esse post...
como vc tá?
bjos
 
Ah, o que me deixou triste foi a discussão c/ seu pai... Não sei qual seria minha reação se meu pai resolvesse ser ateu. Não sei explicar direito, é que meu pai é uma referência p/ mim, ele me ensinou a acreditar no Cara lá de cima. Não imagino ele se tornando ateu, p/ mim acho que o mundo desabaria na cabeça... mas eu fico feliz que vc mantenha sua fé, independente do que falem p/ vc. =)
Estou bem, apareça no msn e me chame de vez em quando, p/ colocar o assunto em dia.
Beijos
 
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Em 100% das vezes em que perguntam meu nome e eu digo que é Gabriela, ouço um “Gabriela? Cravo e canela?”, seguido de uma risada. E todas estas pessoas realmente acreditam que a piadinha é super original. Se eu te chamar de jaguara é porque gosto de você. Jesus é tudo pra mim.

Nome:
Local: Brazil

Anos se passaram, Gaby é jornalista formada, locutora de rádio, e continua molhando o pão no Nescau. Sou adepta do regime eterno, ainda tenho problemas sérios para comer de palitinho e fico levemente ofendida com a careta que as pessoas fazem quando eu conto que tenho um gato e ele se chama Xaninho. “Xaninho?? Que nome é esse?”. Um dos meus hobbies é gente esquisita. Eu adoro prestar atenção na história delas. Tenho medo do orkut. E de mariposas peludas. Ui. Eu costumo sonhar com pessoas famosas. Já sonhei que o Eminem vendia perfumes, que o Keanu Reeves estudava comigo e pegava um ônibus chamado “Vila Adidas” para voltar pra casa e que o Bon Jovi era meu melhor amigo. Eu gosto muito de torta de limão.

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