Diário de Bordo de um Natal sem pai, sem mãe, mas até que legalzinho:
a primeira coisa que eu temia era a sensação de putz-eu-não-devia-estar-aqui. mas acho que de tanto invocar forças divinas pra espantá-la, eu consegui me sentir ótima na casa da minha madrinha. e até me dei ao luxo de dar umas risadas com as minhas primas mais velhas e com a minha tia mais nova, enquanto minha madrinha preparava a ceia.
na casa da minha madrinha ela sempre está cozinhando algo gostoso e todo mundo está sempre ao redor, na cozinha, falando MUITO alto e dando MUITA risada. mesmo que você não tenha a menor idéia do que está sendo falando, você acaba rindo de carona porque as pessoas são animadérrimas.
meu irmão também parecia estar bem ali. o que me deixou umas 100 vezes mais feliz =).
bom, à noite, a comida estava gostosa, eu dei risada com as minhas primas, fiquei ouvindo meu primo de 37 anos, bonitão e galinha, dizer o quanto eu estou linda, contei pra parentada das minhas aventuras como repórter e fiz todo mundo rir, ganhei um relógio falsificado, mas lindo, da Hugo Boss da minha madrinha e brinquei com a criançada e com os seus brinquedos hi-tec's e novinhos. eu juro que não lembro de existir bonecas com sandálias plataforma na minha época...
falei com a minha mãe pelo telefone. ela tentou disfarçar que estava chorando, mas é lógico que eu percebi. tentei não pensar nisso na noite de Natal, porque senão com certeza eu me transformaria numa jovem depressiva, com todo mundo em volta perguntando o que tinha acontecido. definitivamente não era o que eu queria.
no dia 25 teve almoço e foi tão legal quanto a noite de véspera. teve até cabo de guerra. família VS família.
uma tia caiu de bunda quando o meu time soltou a corda. tadinha, machucou a padaria.
mas minha mãe continua em Blumenau e meu pai cocô ainda não voltou de Rondônia.
eu ainda não acredito que ele realmente foi pra lá sendo que eu e o meu irmão íamos ficar sozinhos.
bom, tudo bem. nem os pais fazem tudo perfeito sempre.
Câmbio, desligo.
p.s. Ely, oi! você nunca tinha assinado o meu Comments, tinha? =)
ontem à noite saí com o pessoal. fomos num barzinho, minha amiga estava comemorando anos de nascida.
estava bom. dancei que nem uma depravada, pulei, saracotiei, brinquei de quadrilha com os meus amigos... :)
mas o que é o podre desses lugares, o CALOR! o que esse povo que constrói bares tem contra janelas?! sistemas de ventilação REALMENTE eficientes?
quando era três da manhã, eu parecia uma gosma em cima de uma sandália de salto. e minha maquiagem começava a ter aspecto de gelatina. com tendências a escorrer.
cheguei em casa, eu estava fidida, com um aspecto de crosta de suor seco, meu cabelo cheirando a cigarro, pé doendo, bafo, cansaço, sono, fome, minha pele a blusinha de renda quase virando uma coisa só, a sombra azul nos meus velhos prestes a virar blush... eu já comentei do bafo?
eu ouvi dizer uma vez que pra você ficar bonita, antes você tem que ficar feia.
e agora, eu afirmo que pra você se divertir, você tem que descer os degraus da decadência humana.
em um intervalinho da banda, eu aproveitei para ir ao banheiro com uma amiga e, quando me olhei no espelho, senhor! gente, o meu cabelo! não, não, vocês não estão entendendo. o meu cabelo estava bi-zo-nho! e a minha bochecha vermelha e o resto da cara branca (é duro ter pele leitosa...), sombra azul derretendo, olheira de lápis que saiu do lugar... ai, que tristeza.
eu tinha achado um garotito lá no meio do show interessantinho, mas depois de ver a minha cara brochante no banheiro, nossa, desisti de qualquer tipo de plano de ação.
sair à noite é engraçado... você sai linda de casa. e volta um bagação. um bagação fidido.
Carlinha, Doritos, obrigada. *mua mua* nas respectivas bochechas.