Sabe qual é o período mais triste da sua vida? Sabe?
É aquele em que você percebe que os seus amigos de sair são um integral, atopetado e bem recheado saco.
Aquela turma de 15 a 20 indivíduos que você conhece pra ir pra náiti, pros barécos, pras boites, pras danceterias, pros espetáculos e demais eventos festivos. Pois é. Os únicos amigos de sair que você tem. O resto é tudo amigo salpicado. Tem uma amiga aqui, outra no outro bairro, um amigo num outro estado, outro num país diferente... Todos distribuídos pela sua vida. E nem dá pra juntar todo mundo porque um nunca ouviu falar do outro.
Foi preciso levar a minha prima junto pra eu me tocar. Em um sábado à noite, num barzinho da vida.
"Gaby, promete que a gente vai dar muita risada?".
"Claro, prima! Certeza absoluta".
Cheguei lá e, uma hora depois, me dei conta do quanto aquele povo é abatido. Todo mundo sentado com aquelas caras de depressão, conversando sobre assuntos-cabeça, sem dar um pingo de riso. Nada. Nem um ensaio de expressão alegre. Nem uma manifestaçãozinha de dentes. E sabe qual é o pior disso tudo? É que eles sempre foram assim. Eu só fui perceber no dito do sábado! Anos e anos de passeios perdidos!
Galerão reunido, um agito descomunal, gente empolgada dando risada e dançando. Só os meus amigos permaneceram sentados, conversando de assuntos incrivelmente desinteressantes. Quando eu estava no ápice da indignação e frustração, a minha prima soltou aquele comentário que não ajudou em nada. Na verdade, me deprimiu pro resto da noite: "Nossa, Gaby... Olha o tipo desses teus amigos". Acho que foi o sábado que eu me senti menos descolada na vida.
Fomos embora às 2:30 da manhã. Quer dizer, praticamente não fomos pra balada de tão cedo que voltamos.
Grotesco... Só digo uma coisa:
Demitidos! Estão todos demitidos!