acho que desde que eu era um feijão eu tenho essa dúvida. uma dúvida existencial. porque convenhamos, a vida é cheia de armadilhas. é como a história daquela amiga que conheceu um cara perfeito e gentil, inteligente e de boa família, com um futuro profissional brilhante, e ele se apaixona por ela, promete mundos e fundos e ela também se apaixona porque ele é simplesmente incrível. a partir daí, duas coisas podem acontecer (basicamente, claro, afinal o ser humano é um pouco mais complexo do que "alternativa a e alternativa b"): eles se casam e são muito felizes entre um pepino e outro ou eles se casam e ela descobre que não é bem isso. ok, vamos acrescentar uma alternativa c. eles se casam e o cara bonitão vira um é ciumento psicótico que faz da esposa uma prisioneira do próprio lar. uma alternativa d também cabe aqui. ele e ela engordam uns 18 quilos e viram um casal de obesos cuja maior alegria é fazer campeonatinhos para ver quem consegue comer todo o cardápio do Burguer King.
pois é, a vida, pelo menos a minha, é assim. dúvidas corrosivas.
porque existem essas armadilhas, elas estão espalhadas por todos os lugares e elas podem manchar meu futuro e eu não terei a quem culpar senão a mim mesma. parece tão estúpido isso tudo, porque eu poderia simplesmente dizer "ahquesedane! eu vou viver e pronto!", mas... eu não consigo! quer dizer, não dá! porque não tem volta! vai soar idiota, mas eu senti isso quando fiz uma tatuagem. precisa ser lindo porque eu vou olhar pra ela por toda a minha vida.
só que na vida eu... eu disponho somente da minha capacidade precária e limitada de julgamento pra me auxiliar. me fala, não é de se desesperar?
e por favor, não resolve em nada dizer aquelas frasesinhas nissin miojo (três minutos está pronto) do tipo "mas se não fosse assim, não teria graça". sinceramente, eu não acho muito engraçado não ter a menor idéia de qual caminho seguir. quer dizer, vai saber? o que escolher?
eu não sei o que fazer.
e é por isso que, por enquanto, eu não vou fazer nada.