às vezes, quando a gente está chateado com alguém e quer que ela se toque disso ou, pelo menos, quer passar uma mensagem de "escuta, dá pra parar de ser tão cretino?!", nós pensamos em dar aquele famoso gelinho. o gelinho é utilizado desde as épocas mais remotas da civilização. às vezes um gelo bem dado em alguém é a chave para todos os problemas. em outros casos, é necessário e até saudável.
mas quando é com você o negócio, putz, destrói...
normalmente, quando uma pessoa te dá um gelo ela não tem noção do estrago que pode causar. o Juliano, meu amigo, está assim comigo. a gente se topa toda hora e ele passa por mim como se eu fosse nada além de um ser desprezível, gosmento e totalmente insignificante. quando estou eu e mais alguém no recinto, ele conversa com todos. eu? bom, nem respirar na minha direção ele respira.... imagine emitir sons ou olhares especificamente pra mim... seria um luxo. nem uma tossida.
e dói, viu. machuca. principalmente quando você adora a pessoa. cada manifestação polar dessa, é um soco no estômago. nada define melhor do que essa expressão, porque um soco no estômago é algo que deve proporcionar o mesmo nível de dor física que esses gelinhos provocam. ai, ai...
e sabe o que é pior? eu nem sei o que eu fiz. até perguntei, mas o Juliano continuou com a mesma cara de indiferença e desprezo. putz, nós éramos tão amigos... pelo menos ele não respondeu aquelas de "pense um pouco que você descobre" ou "você sabe muito bem". o tipo de coisa que era pra ser um daqueles enigmas super intrigantes, mas deixa a gente mais boiando ainda.
puxa, que que será que houve... eu pergunto e ele não fala. quer dizer, qual o objetivo de voc6e darum gelinho? é fazer a pessoa correr atrás, perguntar o que houve, se desculpar, se explicar, sei lá! eu já dei o primeiro passo, perguntei o que eu tinha feito, mas ele não fala. que agonia, viu...
Jardim das borboletas
Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com uma outra pessoa, você precisa, em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é a pessoa da sua vida. Você aprende a gostar de você, a cuidar de você e, principalmente, a gostar de quem também gosta de você. O segredo é não correr atrás das borboletas... é cuidar do jardim para que elas venham até você. No final das contas, você vai achar não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!
Mário Quintana