hoje vai fazer umas três semanas já que a minha casa habita exatamente sete pessoas. o meu apartamento tem noventa metros quadrados. sete pessoas dispostas em noventa metros quadrados provoca a sensação equivalente a que sente alguém dentro de uma kombi com 62.000 pinicos. apertadíssimo. considerando então que duas das sete pessoas na minha casa são crianças, o espaço fica ainda menor. poderíamos acrescentar aí mais uns 150 pinicos.
não que eu não goste dessas quatro pessoas excedentes. eu as amo de todo o coração. mas elas ocupam espaço. mais gentes ocupando espaço é diretamente proporcional a ausência de espaço para os moradores legítimos da casa. menos banheiro disponível (e limpo), menos varal, menos TV à disposição, menos silêncio, menos desconto nas contas de luz e água, menos organização e, o mais grave de todos, menos privacidade e papel higiênico.
essa semana era para esses quatro parentes terem se mudado, mas nem sinal de migração. nada, nem uma malinha foi removida do lugar, nem uma toalha (normalmente penduradas pelas portas da casa, dando todo um ar chic de cortiço) foi dobrada e guardada, nem um pertence foi locomovido. nada. ene-a-dê-a: NADA.
a deselegância desta aglomeração está começando a me deixar meio neurótica. eu PRECISO de um lar quieto e menos vileiro de novo. eu preciso voltar a ter vontade de ir para casa depois do trabalho. eu preciso voltar a arrotar sem me preocupar se alguém vai ouvir. eu quero voltar a fazer xixi de porta aberta. eu quero comer de boca fazendo barulho e sentar na mesa toda largada. eu PRECISO da minha intimidade de volta! MEIDEI MEIDEI!

ah! queria deixar um beijo pra Carol, que assinou meus coments pela primeira vez, mas não deixou e-mail para contato. ô Carol!, deixa teu email aí pra eu te escrever! =) beleza, guria?
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  confissões de terceiro emprego

estava olhando aqui na firma... engraçado, quando eu cheguei aqui tinha tanto cara gatinho. agora parece que acalmou. eu não sei se foram os homens que deram uma embagulhada ou se fui eu que acostumei com a cara deles. não sei, o povo deu uma caída... tem um casal que, quando eu entrei, estava pra casar. lindos. os dois, maravilhosos. atributos físicos impecáveis. um primor. hoje, coitados. tão encardidos, tão pançudinhos... ela deu uma embagulhada aqui, ele deu uma embagulhada lá e agora eles formam o casal bagulhinho. senhor e senhora bagulho. embagulhadamente felizes. embagulhados pelos laços da paixão.
mas acho que é assim mesmo, não é? as pessoas não tem que necessariamente serem gatinhas para serem agradáveis. por que eu tenho essa mania preconceituosa de olhar os caras como se eles fossem um bando de biscoitões, que se não foram recheados, não me interessam? eu preciso trocar uma idéia com a minha psicóloga.
teve um carinha que eu estava de olho, assim, nada oficial, coisa de momento, curtição, sentimento rapidinho, mas se revelou um pseudo-cretino. volta e meia ele lança centelhas de bacanisse. no restante do tempo, é só aquele papo de "as mina me amam, catei as mina, puta gostosa aquela mina". faz tipo. cobrança social, pura obrigação de impressionar, de mostrar serviço, de convencer que é comedor. mas na verdade, não pega nem gripe de frango. eu estava achando ele um amor daquele jeito, humilde, normal, acessível, querido. malandrão eu estou dispensando.
nessas horas, eu tenho uma tática: política da boa vizinhança. "bom dia", "boa tarde", "são duas e meia", "dá licença?" e "toda".
povo estranho esse que muda depois que a conversa sai do "oi. tudo e você?". esse carinha por exemplo, que era um amor e agora virou o malandrão, o mestre da gafieira. custa não fazer tipo? e o casal bagulho, custa se manterem dois primores? vou te falar, viu... assim não dá nem pra trabalhar.
  ¶ 6:48 PM 0 Comentários

  achei! achei o filme perfeito! achei o filme mais redondinho, mais choroso, mais bonito, mais vermelho, mais arrepiador, mais romântico! achei!

O Último Samurai.

ai, que história mais linda. que cenas. que roupas. que puta cutucão nos Estados Unidos. que Tom Cruise. que cabelos lisos e pretos. que olhos puxadinhos. quantas lágrimas emocionais derramadas por mim. lindo. eu acho tão lindo essa coisa de samurai... eu queria ser uma samurai. mas sem precisar matar ninguém. eu podia usar a minha espada para picar cenouras em menos de um segundo, poderia aparar a grama alheia, fazer pequenos trabalhos de jardinagem ou cabeleireiro, até caçava umas mosquinhas com a minha precisão de samurai, mas sem matar.
eu queria que a minha vida tivesse a trilha sonora de O Último Samurai. e eu queria que todos os caras legais que surgissem na minha vida tivesse os princípios samuraicos. ai, as flores de cerejeira... tudo tão lindo...

adorei o filme. perfeito. pra quem gosta de coisas oriundas do Japão e admira pessoas de olhos puxados, é o filme mais legal do mundo inteiro. pra mim foi.

de coração, desejo um feliz Tom Cruise pra todo mundo.  ¶ 1:46 AM 0 Comentários