XuCruTinho
quarta-feira, janeiro 04, 2006
 
ele é meu estojo de lápis de cor
com borracha, esfuminho e apontador
ele é meu arco-íris que a chuva traz
é meu refrigerante cheio de gás
ele é minha torta de limão
repleta de merengue e massa de empadão
ele é como cheiro de café pela manhã
tomado de pijama, pantufa e sem sutiã
ele é a minha câmera digital
minha terapia ocupacional
ele é meu tesouro
o meu bebedouro
minha jaqueta de couro
ele é minha culinária refinada
minha pizza com borda recheada
ele é o meu cd duplo da Madonna
minha declaração de amor mais cafona
ele é minha festa à fantasia
com malabáris e pirofagia
ele é meu acervo de MPB
ele é minha vida de A a Z
ele é muito mais do que lembrancinha
é minha bolsa com forro de bolinha
ele é meu cabelo cheio de fios
é minhas compras em Beverly Hills
ele é a ausência de todo mal
ele é o meu óculos de grau
ele é como ficar bem num biquíni
ele é o meu Reinaldo Gianecchinni
por te amar com este calor
é que te escrevo meu amor
para afastar a angústia que bate
me entupo de chocolate
meu coração virou farinha
longe da boca gordinha


*releitura da música Meu esquema, do Mundo Livre S/A
 
terça-feira, janeiro 03, 2006
 

o controle é espuma

tudo sob controle sempre foi o seu lema. gente feliz é gente que sabe exatamente o que quer, que horas quer e o quanto quer. e quando os eventos da vida aparecem, os quais deveriam supostamente surprender-te, você os recebe como estatísticas. fatos previsíveis, que você já tinha previsto, porque faz parte da sua vida prever.
pessoas: pessoas você também tenta prever de todo jeito. quando você já sabe o que o outro vai fazer, é possível, na sua cabeça, ser mais feliz. estar tudo sob controle é mais saudável. tudo caminhando como o planejado.
até que alguém explode com você. o sujeito está magoado e chama o seu talento de prever (você realmente considera isso um dom) de controle. "eu? querendo controlar você? imagina!", você responde escandalizado. "desde quando eu tento te mudar, te deixar do jeito que eu quero?? por favor...". na hora, você se sentiu muito injustiçado e incompreendido.
os dias foram se passando e as reclamações continuaram. você nem aí. argumentando, falando, discordando, não deixava quieto. até que um outro dia, em casa, enquanto comia um cachorro-quente com salsicha de frango pra não sair da dieta, você resolveu dedicar uns minutos para avaliar o que o seu colega estava alegando. e em uma conversa esclarecedora de você com você mesmo, tu começastes a lembrar de tua infância. foi uma boa infância, quer dizer, você tinha amigos, estudava em um bom colégio, morava em uma rua bacana, tinha pais legais (que não te agrediam fisicamente, não abusavam de você e não te deixavam passar necessidades), uma mãe um pouco nervosa, é verdade, um pai que te cobrava algumas coisinhas ........................... tá vai, o seu pai te cobrava bastante coisinhas. na verdade, ele... te massacrava o coração com tanta cobrança e exigência. enquanto o cachorro-quente repousava no pratinho, levemente abandonado, você olhava para um ponto fixo, pensando em como os seus sentimentos foram pisados diversas vezes por seu pai. os seus olhos se encheram de lágrimas de lembrar o quanto ele te achava burro e incapaz e o quanto ele queria que você fosse outra pessoa. qualquer uma, menos a que você era. e nada do que você dizia, nada, absolutamente nada, era válido. tudo o que saía da sua boca, tudo, era estúpido e gerava no seu pai, necessariamente, um comentário depressiativo. "parece que é idiota!", ele dizia.
sem saber, o seu pai criou um ser humano complexado e esquisito: você. basicamente, você se sentiu um nada por muito tempo. o seu cachorro-quente já tinha virado turismo para mosquinhas de frutas enquanto você se ocupava com o choro, lembrando que precisou fazer terapia por um bom tempo para conseguir se sentir melhor consigo mesmo. você fez isso e até que teve sucesso, mas acabou esquecendo de entender que não precisa agir como o seu pai com as pessoas que você ama. "Amar é... Controlar e sufocar todos os sonhos e opiniões do outro". pelo amor de Deus, não!
Jesus... você estava chocado. "eu controlo as pessoas. mas por quê? por que eu faço isso?". pensando mais um pouco, milhares de respostas lhe ocorreram. umas delas é porque 1) você tem medo de ser desvalorizado de novo e também porque 2) você aprendeu que controlar é demonstração de amor e principalmente porque 3) você é tão medroso que criou um modo de se defender de possíveis retaliações. você tem tudo sob controle bosta nenhuma. coitado de você. tu és só mais um cagão, que se pela de medo do incerto, de amar alguém e ser rejeitado, de alguém perceber que, no raso e no fundo, você está entupido de inseguranças.
"mas e agora? como eu faço?". sinceramente? você não tem a menor idéia. afinal, como é que você vai mostrar pra quem ama que não quer mais ser assim? ninguém vai acreditar. ainda mais agora que você já magoou, feriu, desrespeitou e desconsiderou. putz, deu muita vontade de chorar.
refletindo mais um pouquinho (a essas alturas o cachorro-quente já havia sido levado por formigas), você se determinou a se abrir mais para a vida e empurrá-la menos com suas previsões e estatísticas profissionais, amorosas e familiares. claro, você tem pontos de vista interessantes, mas é possível manifestá-los sem encarnar o seu pai. existe uma pontinha de esperança: você tem competência para ser uma pessoa original, fazer do seu jeito, um jeito totalmente novo, jamais visto por ninguém, nem pelos seus pais, nem pelo mundo inteiro. e daí que você apendeu com o seu pai a controlar? controle é pra idiota.

você só queria conseguir explicar isso para quem anda magoado com você. "desculpe. eu juro que não fiz por mal".
 
segunda-feira, janeiro 02, 2006
 
Bem mais ou menos o garoto que eu gostei, Silvana

A questão é: se o cara não for tão bonitinho, eu não dou a mínima. Esses dias mesmo encontrei com um que era assim, tão jaguara, mas tão atencioso e sutil e cheiroso. Enquanto mulher e pessoa, me satisfazia, mesmo com a ausência da beleza. E de um dente. Quer dizer, não que falte, de forma concreta e radical, a beleza em si. De alguma forma, sendo atencioso, sutil e cheiroso, o guapeca conseguiu ser bonito. Tão bonito que qualquer gostoso, de conteúdo questionável, passa a ser um tão humilde mosquistinho. E beleza passa a ser um fator puramente estético, que puxa opiniões racionais do tipo "é bonito e ponto. é feio e ponto". Fatores que se somam a um contexto. Porém não o definem.
Tirando esse blá blá blá filosófico-analítico-mala de lado, o negócio é que ver beleza em alguém é mais do que enxergar seus traços externos e analisá-los de acordo com padrões disseminados pela burguesia (blá blá blá filosófico de novo). Você precisa pular essa muretinha do ser-fútil-é e entender que um abracinho macio vai te fazer muito mais feliz do que uma foto sua na estante com o amante galã. Não que o galã não possa ter uma abracinho macio, mas por favor, honestidade aqui, Silvana. Quantos caras realmente maravilhosos-tipo-pára-trânsito você conheceu que prestam? Sério, quantos? Vai vai, Silvana, de verdade, quantos?
Talvez eu só esteja revoltada com os caras poderosos. Ou deslumbrada com os jaguaras. Existe ainda outra hipótese: talvez este seja só um pensamento que me ocorreu, nada realmente a ver com estilos de vida ou gostos fixos. Afinal, a gente vai vivendo e se surpreendendo.

"As melhores mulheres pertencem aos homens mais atrevidos" - Machado de Assis (obrigada pela referência, Bia)

Pense nisso tudo, Silvana. E pare de ser tão fútil, minina.
Da sua grande amiga.
 
Em 100% das vezes em que perguntam meu nome e eu digo que é Gabriela, ouço um “Gabriela? Cravo e canela?”, seguido de uma risada. E todas estas pessoas realmente acreditam que a piadinha é super original. Se eu te chamar de jaguara é porque gosto de você. Jesus é tudo pra mim.

Nome:
Local: Brazil

Anos se passaram, Gaby é jornalista formada, locutora de rádio, e continua molhando o pão no Nescau. Sou adepta do regime eterno, ainda tenho problemas sérios para comer de palitinho e fico levemente ofendida com a careta que as pessoas fazem quando eu conto que tenho um gato e ele se chama Xaninho. “Xaninho?? Que nome é esse?”. Um dos meus hobbies é gente esquisita. Eu adoro prestar atenção na história delas. Tenho medo do orkut. E de mariposas peludas. Ui. Eu costumo sonhar com pessoas famosas. Já sonhei que o Eminem vendia perfumes, que o Keanu Reeves estudava comigo e pegava um ônibus chamado “Vila Adidas” para voltar pra casa e que o Bon Jovi era meu melhor amigo. Eu gosto muito de torta de limão.

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