XuCruTinho
terça-feira, junho 03, 2003
 

Cen?rio 1

Anivers?rio do meu melhor amigo.
O que fazer numa data dessas? Liga, claro.
Liguei, j? pensando "Quando ele atender, vou fazer um puta escândalo, gritar parabéns, cantar m?sicas felizes e que celebrem coisas". Pensei em fazer uma vers?o de Feliz Ano Velho pra aniversariante: "Feliz anos nooovos, adeus anos veeeeelhos..."
Tu... Tu... Tu... Tu...

- Alo?
- OI, QUERIDO! FELIZ ANIVERS?RIO! PARAB?NS! WOOHOO! VOC? MERECE TUDO DE BOM!
- Obrigado. - Pausa. - Gaby... Minha av? morreu - disse, chateado.
- No dia do seu anivers?rio?
- ?.

Adequado. Muito adequado.

-----------------

Cen?rio 2

Dia ensolarado, Gaby e outro amigo indo até a casa dele para almoçarem juntos.
N?s est?vamos conversando sobre um rolo atual dele que tinha terminado com a garota chorando. Debatemos, apresentei meu ponto de vista, fim. Continuamos andando. Ent?o eu percebi que o garoto estava desconfort?vel, inquieto, com cara de quem est? escondendo alguma coisa. Até que ele fala:

- Gaby, eu preciso te contar uma coisa.

Parecia sério.

- Nossa... Por que você est? com essa cara? - perguntei, assustada.
- Eu n?o agüento mais guardar isso s? pra mim. Eu preciso contar pra alguém. E como você é a pessoa que eu mais confio...
- Ahan...
- Bom, queria que você fosse a primeira a saber, Gaby.

Pra dar uma descontra?da no clima sério e pesado, resolvi fazer uma brincadeira. Dei um tapinha nas costas dele e soltei a pérola:

- N?o vai me dizer que você é gay? - E me rachei de rir.

Adivinha o que ele ia me contar? Pois é.

Conclus?o: nas categorias do Oscar de Gafe do Ano, Mico do Milênio e Melhor Fora Categ?rico s? d? a Gabyz?o.

 
domingo, junho 01, 2003
 

Matrix Re...senha

quando eu assisti Matrix pela primeira vez, em 1999, dois únicos objetivos ficaram muito claros na minha cabeça naquele instante: 1) "eu tenho que entender tudo desse filme", e 2) "eu preciso do Keanu Reeves".
assim que as letrinhas começaram a subir no telão e eu virei os meus olhos para a minha amiga Line sentada ao meu lado, em estado máximo de empolgação e encanto, eu tinha a certeza de que eu havia terminado de ver o filme mais incrível, diferente, incrementado, bem-trabalhado e repleto de saúde a nível de Keanu Reeves do mundo.
agora imaginem vocês como eu fiquei quando, em 1999 mesmo, soube de um possível boato que dizia que uma possível produção de uma possível continuação do Matrix poderia possivelmente acontecer. era tudo o que eu poderia possivelmente querer. e desde aquele ano, eu aguardo pela continuação do Matrix, o agora revelado Matrix Reloaded.

(a partir daqui, eu comentarei partes do Matrix Reloaded, mas cuidarei para não falar dos dados mais ninjas do filme, como o número de baixas e ocorridos reveladores. vou comentar só os fatos vileiros. mas se você não viu o filme e é todo fresco com essas coisas de "AI, NÃO CONTA, MERDA!", não te aconselho a prosseguir.)

sabadão, dia de hoje, uma semana depois da estréia de Matrix Reloaded.
sem qualquer expectativa de assistir ao filme neste dia, Gaby não aguarda nenhum acontecimento relevante.
só sei que quando era quase oito da noite, eu e minha mãe estávamos lá na fila, com ingressinhos na mão, munidas de Halls de mel e brilhos oculares.
eu mal acreditava que eu ia ver Matrix Reloaded.
mas sabem... quando as legendas terminaram, a sensação não foi a mesma que de 1999. eu olhei pra minha mãe, com aquela cara de bunda, e disse: "É... Reloadinho...".
o filme, o conceito, o sentimento, os dizeres, a filosofia, a Orácula (feminino do Oráculo)... tudo deu uma embagulhada.
sei lá, achei artificial. tinha cenas de luta que o Neo parecia boneco de cera. dava pra ver claramente que era computador puro.
bom, até aí eu compreendi, afinal, se você passasse o olho rapidinho, ficava parecendo gente.
o pior estava por vir.
foi quando Morfeu termina de fazer o discurso a lá Lula pra cidade de Zion. no filme, a galera está empolgada, inquieta, feliz e faceira, movida pelas palavras do carecão. beleza, estamos indo bem. só que de repente, começa a tocar um techno meio primitivão-barrento, e os cidadãos de Zion, que se resumiam a senhoras respeitosas de lenço na cabeça e caras barbudos, se transformaram em jovens sarados-primitivos-barrentos dançando a techneira xumbrega completamente suados, esfregando-se de modo nada higiênico uns nos outros (tudo bem se esfregar no cara suado que você gosta, mas se esfregar no cara suado que você não conhece? ah, dá licença). eu assistindo o filme deixei escapar uma careta e uns piscadas cabreiras, que queriam dizer basicamente QUE PUTARIA É ESSA?. então a tela foi invadida por peitos e coxas! um monte de mulheres com tops transparentes, dançando de maneira moderna o techno barrento. cara... eu fiquei tão desiludida... tudo bem querer mostrar os instintos, a atmosfera 100% humana, gente com gente, téti a téti... mas meu... Maria do Bairro tem mais elegância que aquele povo de Zion.
não que a idéia tenha sido ruim, foi ótima! mostrar que a gente é feito disso mesmo, calor humano, contato com o próximo, ligação afetiva... mas isto deveria ter sido mostrado de um jeito menos putesco. coisas putescas não convencem, dão um ar de apelação (falando de filmes e novelinhas).

outra coisa: o amor entre o Neo e a Trinity. aaaaaaiiii, senhoooooorrrrr, que coisa mais maaaala! no primeiro Matrix ficou incrivelmente intenso o negócio entre eles justamente porque era sutil, era discreto, era diferente. no Reloadinho era só cama, cama, cama. e umas cenas meio Titanic misturadas com E o Vento Levou... em outras palavras, baixou o povo do U.P.D. (Unidos Pela Desgraça) no filme. os dois só se ferravam, só se ferravam, só se ferravam. aí depois ficavam maravilhados com desfechos felizes e se comiam, se comiam, se comiam. não ficou com cara de Matrix... quer dizer, cadê os silêncios que diziam tudo, os olhares sinistros, os beijos suaves e intensificados por seu contexto, as frases que você não entendia muito bem na hora, mas depois te faziam pensar "UAAAU"...

claro, teve as coisas legais.
o tio Keanu continua um pão. o visual do filme tá animal, as lutas muito legais (apesar de algumas não levarem a nada), os vôos do Neo pelos céus, as demonstrações inexpressivas, mas avassaladoras, de preocupação dele com a Trinity... isso tudo debulhou o meu mundinho. muito bom mesmo! aquele negócio de você não entender 100% do filme de primeira permanece, o que é um ponto positivíssimo.
e aquele Keanorrívis... ai senhor... se perfeição falasse e tivesse dedos e joelhos e possuísse uma identidade, ela seria o tio Keanu... geeeeeente... tá de parabéns. o cara é O cara. que saúde. que harmonia. até suando, com ramela e maionese no canto da boca o cara fica interessante.

mas ainda sendo isso tudo, ele não conseguiu salvar o filme de ser muito bom em vez de excelente.
levantei do asento meio brochada.
mas ah, tudo bem. podia ser pior.
eles poderiam ter colocado, ao invés do techno rural-pocinha-barreiro, o cd do É O Tchan.

isso tudo que eu disse fica entre nós.
porque em público, pras pessoas do meu convívio, serei incapaz de admitir que o segundo conceito que eu mais amo no mundo, o de Matrix, foi corrompido. jamais admitirei que o filme é muito bom (ótimo nos meus dias generosos) e não excepcionalmente ninja como eu esperava.
portanto, se você me conhece em pessoa, não pergunte de Matrix Reloadinho pra mim... eu não vou ser sincera.

o negócio é continuar vendo 15 vezes por mês o DVD do Matrix 1 e ficar me convencendo de que a essência ainda é a mesma.
mas só pra deixar registrado: eu estou arrasada.
pronto, manifestei a minha indignação.

câmbio, desligo


 
Em 100% das vezes em que perguntam meu nome e eu digo que é Gabriela, ouço um “Gabriela? Cravo e canela?”, seguido de uma risada. E todas estas pessoas realmente acreditam que a piadinha é super original. Se eu te chamar de jaguara é porque gosto de você. Jesus é tudo pra mim.

Nome:
Local: Brazil

Anos se passaram, Gaby é jornalista formada, locutora de rádio, e continua molhando o pão no Nescau. Sou adepta do regime eterno, ainda tenho problemas sérios para comer de palitinho e fico levemente ofendida com a careta que as pessoas fazem quando eu conto que tenho um gato e ele se chama Xaninho. “Xaninho?? Que nome é esse?”. Um dos meus hobbies é gente esquisita. Eu adoro prestar atenção na história delas. Tenho medo do orkut. E de mariposas peludas. Ui. Eu costumo sonhar com pessoas famosas. Já sonhei que o Eminem vendia perfumes, que o Keanu Reeves estudava comigo e pegava um ônibus chamado “Vila Adidas” para voltar pra casa e que o Bon Jovi era meu melhor amigo. Eu gosto muito de torta de limão.

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