XuCruTinho
sábado, abril 06, 2002
 
Diário de Bordo de Páscoa

a minha foi... vamos ver... estranha. mas um estranha mais para o engraçado do que para o ruim. eu fui para a praia de Navegantes, em Santa Catarina com toda a minha família. a minha tia Joana mora lá numa casa bem grande de madeira, então de vez em quando vai toda a galera se hospedar lá, incomodar um pouco. a minha família que eu digo é por parte de mãe e são as seguintes pessoas: eu, Dudu (meu irmão), minha mãe, meus avós (Mara e José), meus tios (Roberto e Mariel) e o filhinho deles de 1 anos e meio e meu priminho (André). aí tem a minha tia Joana que mora em Navegantes, o marido dela, o Rodrigo e os dois filhos deles, a Nayara e o Paulo Henrique.
essa minha família parece que saíram de desenho animado. gente, eles são um absurdo!
minha vó não engole muito o meu tio Roberto porque ele é meio pão duro e grosseiro e beeeem folgado. e o meu tio Roberto se encheu da minha vó porque ela é bem famosa por falar demais. ela se compromete com você, por exemplo, pra te ajudar a pagar uma conta qualquer. na hora de pagar, a minha vó some. ela não dá nem notícias. eu sei que você deve estar pensando em como a minha vó é uma bruxa. mas a verdade é que ela é muito problemática. ela deve até pro peixinho do rio! e ela é muito infantil, cheio dos traumas... é uma complicação que 'cê não tem noção. mas sim, eu a amo de qualquer jeito.

então quando está a família reunida, fica ela e o Roberto só nas aparências, mas é só os dois virarem as costas que pronto, lá tão eles falando mal um do outro. e é isso que eu mais odeio.
aí tem o André que é aquelas típicas crianças destruidoras. não, você não está entendendo... o meu priminho é um terrorista. onde ele passa, ele vai quebrando. e isso meio que irrita todo mundo porque a tia Mariel é meio mole pra educar. ela não tem muita voz ativa, sabe? aí a galera meio que se revolta. mas tirando isso, o Andrezinho é uma gracinha. ele me chama de "Gadi" ao invés de "Gaby" e fala "Capuce" quando quer dizer "carro da Polícia". :)

e tem a minha tia Joana que nunca na vida trabalhou. minha vó Mara sustentou ela a vida inteira. é o típico assunto que todo mundo tem conhecimento, mas ninguém fala a respeito. as únicas vezes que o assunto veio à tona, deu porrada. minha tia Mariel e a minha mãe ficam revoltadas com isso. mas ninguém desgosta da tia Joana por causa disso, afinal não é culpa dela se a minha vó paga tudo pra ela. aliás, a tia Joana é uma das pessoas mais legais que eu conheço. ela é uma figura. eu me divirto pacas conversando com ela. o Rodrigo, marido dela, é paraguaio. então ele fala um espanhol misturado com português. de 14 palavras que ele fala, umas 5 eu entendo. a minha família inteira fala espanhol. todo mundo mesmo, é impressionante. só eu e o Dudu que boiamos. aí volta e meia a galera começa a se comunicar em espanhol e eu e o Dudu boiaaaando... além de espanhol, os meus avós falam um pouco de guarani. é muito chic ver o meu vô cantando músicas na língua indígena.

teve uma cena que eu me caguei de rir. a gente na praia jogando disco (aquele pratinho que um fica jogando um para o outro), eu, o Dudu, o tio Roberto e o Rodrigo só jogando. aí uma hora, quando o Rodrigo foi jogar, ele gritou assim: "e lá vão os marcianitos!", com aquele sotaque... meu, foi muuuuuuuuuito engraçado! O Rodrigo é alguém que eu simpatizo. ele não fala por trás e normalmente não se mete nas brigas. e quando precisar falar algo, ele fala na frente. isso eu acho o máximo.

na família, a minha mãe é tipo pau-pra-toda-obra. eu e o Dudu nos revoltamos com isso! porque tudo, tudo é a minha mãe! alguém tem que emprestar dinheiro pra comprar os remédios do meu vô porque a minha vó tá sem dinheiro: a minha mãe empresta. alguém tem que cuidar do André pra tia Mariel poder fazer tal coisa: a minha mãe cuida. meu vô precisa fazer um transplante de fígado: minha mãe doa o fígado. e daí pra cima. é um saco! a minha tia Mariel começou a notar isso agora e este quadro está começando a mudar. só não muda mais rápido porque a minha mãe parece que não deixa.

eu? bom, eu sou a grossa que fala as coisas que não é pra falar. nesse feriado eu quase fiz a minha vó chorar. é que... sem brincadeira. a minha vó fala MUITO alto. o normal dela é berrar. sabe aquela pessoa que NUNCA fala baixo e que qualquer coisa já está tendo um ataque histérico? essa é minha avó. quando você é neta dela e de vez em quando vai na casa dela, você acostuma. agora quando você é neta dela e está passando o feriado com ela debaixo do mesmo teto por quatro dias, você tem vontade de sair gritando na rua, se descabelando! cara, não tem como! é terrível! ela chega e começa a berrar que nem louca, fala alto com aquela voz estridente dela! aliás, a minha mãe é igualzinha neste ponto sonoro.

aí uma hora eu disse: "vovó, fala baixo, pelo amor de Deus". mas eu não gritei, falei calma. depois minha mãe veio me chamar a atenção porque a minha vó estava quase chorando. eu disse que não agüentava mais ela berrando no meu ouvido. que eu sei que era foda ter falado aquilo, mas se eu escutasse mais um berrinho que fosse dela ecoando nos meus tímpanos, eu ia ficar bem louca. a minha mãe concordou. eu disse até que era bom ela ter ficado triste porque pelo menos assim ela se mancava um pouco e se ligava de que eu não achei meu ouvido no pinico. ótimo que ela goste de berrar. mas que vá berrar pra lá, não no meu ouvido!

aí a minha mãe começou a falar que achava ótimo eu ser assim, sincera, falar as coisas na frente e não por trás... mas que eu tinha que maneirar porque não é nem o meu tom de voz, mas é o quê eu falo. aí eu falei que achava um absurdo o jeito que a nossa família resolvia as coisas, sempre falando por trás e reclamando de todo mundo pelas costas. minha vó mesmo sempre fala: "a gabriela não manda dizer, ela chega e diz na cara". quer dizer, ela sabe disso. sei lá, ela devia 'tar acostumada. não que eu chegue pra todo mundo e fique apontando defeitos e falando demais, tipo "sabia que você é isso?". não assim, mas quando uma coisa tá me incomodando, cara, eu não agüento. eu falo. e é isso que eu expliquei pra minha mãe. ela entendeu, mas disse que tem coisas que eu falo que não precisa. não é porque eu falei que a pessoa vai mudar aquele defeito dela que me incomoda. então não adianta eu dizer. mas sei lá, eu não falo com o objetivo de tentar mudar a pessoa. eu não quero que a minha vó pare de berrar pra sempre. eu só quero que ela pare de berrar no meu ouvido.

e nesses quatro dias, lá na praia, foi engraçado porque fazia tempo que a família não se reunia. aconteceu cada coisa... mas tava divertido. na viagem de volta tava mais legal porque fomos eu, a minha vó, o Dudu, o meu vô e a minha mãe dirigindo. a gente só falava besteira. aí a minha mãe pediu pra eu imitar o sotaque caipira dos Estados Unidos pra minha avó ver. caaaaaaara, a galera riu muito! detalhe que ninguém entendia o que eu tava dizendo, mas é que o jeito que o sotaque soa é engraçado. 'cês sabem como é? qualquer dia eu gravo pra vocês e coloco aqui. aí eu comecei a cantar a música da Pamonha, que passava no Piores Clipes, quando o Marcos Mion apresentava. aquela do "vai, pamonha, vai cural"... sabe? geeeente, a minha avó fez xixi de rir. não, ela fez xixi mesmo! molhou todo o banco! foi hilário!

além disso, eu comi chocolate que nem uma depravada. devo estar pesando uns 700 quilos agora.

e essa é a minha família. com todos os defeitos, qualidades, bate-bocas, vozes histéricas, eu amo cada um deles ali. e espero de coração que a crise que ronda os meus parentes passe logo.

Gaby Brandalise. Câmbio, Desligo.
 
Em 100% das vezes em que perguntam meu nome e eu digo que é Gabriela, ouço um “Gabriela? Cravo e canela?”, seguido de uma risada. E todas estas pessoas realmente acreditam que a piadinha é super original. Se eu te chamar de jaguara é porque gosto de você. Jesus é tudo pra mim.

Nome:
Local: Brazil

Anos se passaram, Gaby é jornalista formada, locutora de rádio, e continua molhando o pão no Nescau. Sou adepta do regime eterno, ainda tenho problemas sérios para comer de palitinho e fico levemente ofendida com a careta que as pessoas fazem quando eu conto que tenho um gato e ele se chama Xaninho. “Xaninho?? Que nome é esse?”. Um dos meus hobbies é gente esquisita. Eu adoro prestar atenção na história delas. Tenho medo do orkut. E de mariposas peludas. Ui. Eu costumo sonhar com pessoas famosas. Já sonhei que o Eminem vendia perfumes, que o Keanu Reeves estudava comigo e pegava um ônibus chamado “Vila Adidas” para voltar pra casa e que o Bon Jovi era meu melhor amigo. Eu gosto muito de torta de limão.

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