Manifestação argumentativa de Gaby Brandalise ao ler a notícia de uma empresa de Taiwan que está colocando no mercado peixinhos geneticamente modificados que brilham no escuro, pelo preço de 17 dólares.
A idéia do filme Parque dos Dinossauros impressionou, em sua época de lançamento, pela criatividade do enredo. Afinal, trazer para o mundo moderno animais que viveram há milhões de anos de maneira nada parecida aos de bichinhos de estimação de hoje, era sem dúvida uma grande história para ser contada. Mas é claro, todos tinham consciência de que era uma ficção, que tal realização jamais poderia ser feita, já que a ciência, apesar de avançada, é cercada de bom senso e fatores éticos.
Ninguém ainda tentou trazer dinossauros de volta, porém a idéia já saiu do plano do improvável. A técnica que antes se limitava à teoria de criar frutas melhores em termos de nutrientes e imunes a vermes que prejudicam a qualidade da planta, agora já está sendo aplicada ao quê o consumidor pode levar para casa. Um dia você tem um gato siamês. No outro, você aposenta o gato siamês e leva para casa um felino geneticamente modificado que, além de ser resistente a pulgas, comer menos e não precisar de vacina, aprende a miar em três línguas se for estimulado. Palmas para a ciência, os super gatos já estão acessíveis a toda população.
Criar peixinhos que brilham no escuro, em uma primeira análise, parece inofensivo. Assim como no filme Parque dos Dinossauros, em que o velho milionário pensa apenas em seus netos e nas crianças que irá divertir mostrando dinossauros em pessoa e instintos. Porém mais tarde, o matemático convidado para visitar o local levanta uma questão talvez fundamental para a reflexão deste tipo de criação: no caso dos dinossauros, a chance deles de viver por aqui já havia sido dada. Se eles foram extintos com uma distância de tempo tão grande nos separando desta espécie, talvez o meio ambiente, a natureza, Deus, quem se acreditar ser, decidiu que deveria ser assim.
Portanto, se peixinhos que brilham no escuro não existem, alguma razão há para explicar isso. A empresa de Taiwan talvez devesse explorar mais este campo da ciência em vez de sair distribuindo a US$ 17 cada, animais de estimação construídos. Os peixinhos perolados não estavam extintos, como os dinossauros, porém sequer existiram para se ter alguma referência de comportamento dentro de um sistema ecológico normal.
A ciência avança, descobre, escava, revela, porém sua potencialidade muitas vezes é corrompida, esquecendo-se do princípio de seus estudos, os quais deveriam ter como preocupação maior beneficiar o ser humano. Peixinhos que brilham no escuro, verduras mais nutritivas, gatos imune a pulgas, dinossauros, nunca nos fizeram falta. Estamos indo bem com a natureza e com o que ela oferece. Deturpá-la parece um ato não só assustadoramente artificial, mas também mórbido. Se algum dia perguntassem "Ei, peixinho, você gostaria de ter seus genes modificados para que você possa brilhar no escuro?" e o animalzinho fosse capaz de responder, com certeza ele diria: "Mas por quê? O que foi que eu fiz?". Claro que ninguém pensa no lado do peixinho, ou da verdura, ou do dinossauro, porque a natureza não pode falar, argumentar, escolher. Então o homem sai desbravando e adulterando o que encontra, com a frase "é pela ciência" em punho caso haja descontentamento de seus iguais.
Daqui alguns anos, serão criadas em laboratório árvores para jardim com folhas que não caem e não sujam a calçada. Ou vacas que produzem leite de diversos sabores. É assustador. Além de destruir a natureza, está dando-se um jeito de mexer em sua cadeia genética. E quando chegar a vez de humanos serem experimentados? Humanos nascidos sem cheiro de suor, humanos sem caspa, mulheres que engravidam apertando o umbigo, sem precisar menstruar ou ter relações sexuais. Daí eu quero ver aonde vai parar toda essa audácia para avançar com a ciência. Daí eu quero ver.
Gaby Brandalise escreveu este texto para a prova de Redação jornalística, que valia 4,0. O professor, indivíduo reconhecido pela sua competência e exigência, solicitou aos alunos a produção de uma crônica. Gaby Brandalise foi muito bem, tirando 3,5 na prova e 9,6 na média bimestral. Ela ficou muito, muito feliz.
ah, um testezinho que eu fiz. que sentimento eu sou:

You represent... happiness.
Boy, are you full of cheer or what...? You have a
sunny disposition and enjoy trying to spread
your happiness. You have a tendency to be a
little hyper, but you have the ability to make
your own fun no matter what.
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