Querido Amigo...
Meu nome é Gabriela e ouço com freqüência os seus conselhos nos programas de rádio. São ótimos. Diria mais: diria que são ótimos e esclarecedores, já que não foi apenas uma vez que os ouvi e consegui aplicá-los na prática em minha vida profissional e até pessoal.
Exatamente por isso que eu estou lhe escrevendo. Estou desesperada e só você pode me ajudar.
Trabalho com um sujeito que nunca ouviu falar de princípios básicos de higiene. Ele cutuca o nariz o dia inteiro! Inteirinho! E pior: faz coisas nojentas com o que tira dos seus dois buracos na face. Coloca o dedo na boca, faz aquelas famosas "bolinhas", brinca de tiro ao alvo... E ele jura que ninguém percebe. Esses dias eu me irritei tanto que gritei pra ele tirar o dedo do nariz. Ficou sem graça, abaixou a cabeça, mas o berro não teve o efeito que eu esperava. Ele continua limpando o salão.
O triste é que não pára por aí: ele trabalha de frente pra mim. Eu sou obrigada a assistir as porquisses dele porque o indivíduo está estrategicamente posicionado no meu campo de visão.
Isso vai totalmente contra os meus princípios cristãos, é verdade, mas acredite, eu não paro de perguntar pro céu "Jesus, o que o senhor faria se tivesse com o senhor um anjinho que cutucasse o nariz na Sua abençoada presença?".
E a neurose? A neurose é a pior. Eu não consigo tocar em mais nada no estúdio. No telefone então, nem com promessa. Porque ele limpa bem o salão e daí sai espalhando seu DNA verde por todos os cantos da sala. Só pra se ter uma idéia do náipe do cidadão, enquanto eu escrevia este texto, ele enfiou o dedo no nariz 4 vezes.
Não reparar nele eu já tentei. Não obtive sucesso. Atos como este puxam os olhos, ainda mais o sujeito estando bem na sua frente.
O que eu faço?
Falo com ele?
Falo com o chefe?
Gabriela