Uma semana ruim. Não, correção: uma semana
péssima.
É sempre assim quando as coisas estão indo muito bem. Você sai à noite, o garoto que pisou em você a vida inteira fica em cima de você; o ex-namorado psicopata da sua mãe pára de ameaçá-la; você tira 10,0 na matéria mais difícil da faculdade... E tudo lhe parece ajeitado. Mas aí, de repente,
BUM! Cai merda sobre tudo aquilo que estava te deixando feliz. No momento, a única frase que me vem à cabeça é:
a vida é uma repetição de erros.
Agora eu e o meu irmão estamos sozinhos. A minha mãe teve de viajar fugida porque as ameaças do sujeito já estavam ficando sério. E eu fiquei de responsável da casa. Amanhã vou pegar o pagamento dela e sair pagar as contas da casa. Eu estou em pânico. No começo eu achei que estivesse anestesiada com tanta desgraça, mas agora eu sinto a clara e nítida sensação de desespero. Eu vou ter de pagar as contas da casa, cuidar de comida, mercado, do meu irmão. Meu Deus, por favor, me ajuda. Eu estou morrendo de medo.
E o mais patético é que enquanto eu choro sem parar, uma música com o título Don't worry, be happy
está tocando no meu computador. Como um refrão desse pode fazer algum efeito em mim sendo que faz dois dias que eu não vejo a minha mãe e só converso com ela pelo telefone? Nem pelo telefone direito porque ela não pode ficar ligando com freqüência. Jesus Amado... Eu só tenho 19 anos.
Às vezes, um dia incrível com uma pessoa inesperadamente legal pode melhorar o sofrimento. Mas no dia seguinte você descobre que o dia incrível não significou bosta nenhuma pra ela... E é aí que entra a repetição de erros. Isso já tinha me acontecido antes, mas eu quis tentar mais uma vez. "Quem sabe dessa vez é diferente?", foi o que eu pensei segundos antes de me iludir. Eu repito na esperança de que forças maiores me ouçam: pelo amor de Deus, eu só tenho 19 anos.
Para finalizar as músicas patéticas do meu computador, agora está tocando
Beautiful Day, do U2. É gozação, né...
E a Paola que não me escreve e-mail logo...