Bem mais ou menos o garoto que eu gostei, Silvana
A questão é: se o cara não for tão bonitinho, eu não dou a mínima. Esses dias mesmo encontrei com um que era assim, tão jaguara, mas tão atencioso e sutil e cheiroso. Enquanto mulher e pessoa, me satisfazia, mesmo com a ausência da beleza. E de um dente. Quer dizer, não que falte, de forma concreta e radical, a beleza em si. De alguma forma, sendo atencioso, sutil e cheiroso, o guapeca conseguiu ser bonito. Tão bonito que qualquer gostoso, de conteúdo questionável, passa a ser um tão humilde mosquistinho. E beleza passa a ser um fator puramente estético, que puxa opiniões racionais do tipo "é bonito e ponto. é feio e ponto". Fatores que se somam a um contexto. Porém não o definem.
Tirando esse blá blá blá filosófico-analítico-mala de lado, o negócio é que ver beleza em alguém é mais do que enxergar seus traços externos e analisá-los de acordo com padrões disseminados pela burguesia (blá blá blá filosófico de novo). Você precisa pular essa muretinha do ser-fútil-é e entender que um abracinho macio vai te fazer muito mais feliz do que uma foto sua na estante com o amante galã. Não que o galã não possa ter uma abracinho macio, mas por favor, honestidade aqui, Silvana. Quantos caras realmente maravilhosos-tipo-pára-trânsito você conheceu que prestam? Sério, quantos? Vai vai, Silvana, de verdade, quantos?
Talvez eu só esteja revoltada com os caras poderosos. Ou deslumbrada com os jaguaras. Existe ainda outra hipótese: talvez este seja só um pensamento que me ocorreu, nada realmente a ver com estilos de vida ou gostos fixos. Afinal, a gente vai vivendo e se surpreendendo.
"As melhores mulheres pertencem aos homens mais atrevidos" - Machado de Assis (obrigada pela referência, Bia)
Pense nisso tudo, Silvana. E pare de ser tão fútil, minina.
Da sua grande amiga.