Pitacosfomos ao bar do Zezito, conhecido como Zezito's Bar, comer pão com bife. o prato não é lá muito requintado, mas o do Zezito's, afe. perfeição. eu, meu pai e meu irmão. sentamos e começamos a conversar. e bar tem aquela atmosfera, né... um negócio que normalmente te toma. não dá dois minutos, você começa a filosofar aquela filosofia barata, de 1,99. a conversa no momento em que eu dava um mordida emprestada do pão com bife do meu pai, era relacionamentos. o meu irmão estava comentando algo do namoro dele, falando de coisas que ele e a namorada já passaram, blá blá blá, até que eu disse: "por isso que eu vou casar". os dois me olharam estarrecidérrimos. então começaram os bombardeios de argumento (acho que se eu tivesse dito que estava me drogando, teria recebido um retorno mais positivo).
- você diz isso porque está apaixonada, deixa passar a paixão aí você me fala!
- vai casar e viver do quê?
- isso é coisa daquela tua igreja!
- tem que namorar outras pessoas pra ver, não pode decidir isso já. é o teu primeiro namorado.
- você ainda não está preparada pra casar.
claro que eu não estou preparada. a vida é assim, não é? quer dizer, você nunca está preparado pra porcaria nenhuma e os eventos da vida não deixam de vir por causa disso. e sinceramente, pro meu pai, eu nunca vou estar preparada.
- nãããão, claro que não, eu saberei quando você estiver. afinal, eu sou bem flexível pra essas coisas.
mas de qualquer forma, ninguém estava dizendo ali que ia casar amanhã, só estava dizendo que ia casar. afe, quanto chilique. toda vez que eu saio com o meu pai e meu irmão é esse choque de culturas. enquanto a parte da minha mãe está super contente com a minha postura (já ganhei até jogo de xícaras!), a parte do meu pai faz um esforço notável pra gorar.
analisando com cuidado, nunca ninguém considera a possibilidade de um casamento dar certo. casamento = fracasso, necessariamente, sempre, em qualquer mente. mas pô, assim como tem gente que bate o pé e diz que casamento dá errado e pronto, tem seres humanos que acreditam que o negócio pode funcionar e pronto.
meu irmão, quando ficou sabendo que eu ganhei da minha mãe um jogo de xícaras, disse indignado: "fala sério, e a mãe incentiva isso ainda!!". bem calma, mordi o meu pão com bife (e cebolinha), mastiguei e respondi: "querido, acho que você não está entendendo. com incentivo ou sem incentivo, eu vou casar. se tem gente que me apóia ou se não tem, pra mim não faz diferença. eu vou casar com o incentivo de vocês ou sem. o que você acha sobre casamento ou a sua forma de enxergar a vida não influencia nem 2% na minha opinião. eu quero casar e vou fazer de tudo pra dar certo". e fim de conversa.
nada como uma conversa de bar pra deixar as coisas bem claras. e viva o pão com bife.