eu creio pra burro em Deus. e hoje constatei que Deus é moderno pra caramba. eu já sabia disso, mas nunca tinha experenciado de forma tão concreta.
várias autoridades reunidas no hospital. o governo do estado ia entregar um aparelho de raio-x megaultra tecnológico que ia beneficiar mais de 40 pacientes por mês. e lá estava eu, com o meu gravador da rádio, pronta pra entrevistar o governador do estado, o secretário da saúde, deputados, direção do hospital... a instituição era evangélica, então rolou uma oração, com um pastor, vários menções a Deus e "obrigado Deus por esse governo" e "obrigado Deus pela vida desses deputados que investem na saúde do nosso estado"... enfim.
no final, o cinegrafista de uma emissora de televisão que estava cobrindo a entrega, como eu (o pessoal do meio jornalístico de Curitiba se conhece bem), fez uma piadinha com uma televisão que estava na capela do hospital: "uma tv aqui? pra quê? pra assistir o Padre Marcelo Rossi?". aí a repórter da TV disse: "não, aqui é evangélico". eu completei: "é pastor. talvez eles assistam o Missionário R.R. Soares". eles se cagaram de rir do que eu disse. eu fiquei séria. e falei: "eu gosto de assistir o missionário". eles paralisaram. a repórter: "você é evangélica?". eu disse que era. os dois me analisaram, repararam na forma como eu me vestia (eu lá, toda fashion e maquiada), e se escandalizaram mais. nossa, se naquele momento eles tivessem direito a um pedido, eles implorariam por um poço. e se jogariam lá dentro. então eu comecei a rir: "ai gente, relaxa. eu estou brincando. eu não assisto ao missionário R.R. Soares". os dois riram como se uma bigorna tivesse saído do ombro de cada um. "mas eu sou evangélica". os risos cessaram de novo. a repórter: "ai, eu e minha boca grande". eu ri e disse: "flor, calma. você acha que você é a primeira que faz piada de evangélico perto de mim? e você acha que eu fico brava? você poderia ter xingado o pastor, eu ia continuar te amando". ela riu daquele jeitinho ai-gaby-só-você-mesmo.
na saída do hospital, ela olhou pra mim: "mas você é evangélica mesmo?". eu ri: "sou sim. daquelas irmãzinhas que vão no culto e oram e dizem que Deus cura". ela riu de novo. aí deu aqueles acessos que normalmente dão nas pessoas que recebem a chocante notícia de que você é crente. "mas sabe que eu também acredito em Deus?". eu: "que bom, flor. acredite mesmo. porque Deus é muito bacana". por mais uns minutos, ela ficou tentando me convencer de que eu precisava perdoá-la pelas piadinhas, como se eu fosse aquelas crentonas dodóis, à la "PECADORA MISERÁVEL!". imagina. Deus não é uma melancia que eu resolvi pendurar no pescoço. é um estilo de vida. e eu não vou ficar brava ou ofendida toda vez que encontrar alguém que não concorda com as minhas crenças. por favor, né? eu nasci portada de noção.
mas achei engraçado porque as pessoas ainda pensam que cristã é uma mulher bigoguda, com sovaco peludo e cabelo até o calcanhar. poxa, Deus não é cafona. enfim, a idéia não é debatê-Lo. era só pra contar mesmo.
e só pra completar a idéia de que eu sou crentona, vou deixar um versículo:
"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" - João 3:16
aleluia, irmãos.