eu estou com muito sono e meu dia está sendo um saco. tô louca pra ir pra casa e dormir. ficar na rede, pensando na vida. que dia horrível! deu tudo errado! levei esporro por causa de uma matéria que eu fiz, um amigo meu foi um estúpido comigo e pra completar, estou me sentindo uma gorda feia e deformada com tatuagem. tipo aquelas mulheres muito gordas na praia que usam biquininho e tem uma tatuagem de golfinho na bunda. ai que saco. o triste é que eu estou sem a MÍNIMA vontade de fazer regime. só faltava o idiota do Daniel aparecer aqui na rádio pedindo desculpas pelo o que fez. aí eu ia sair berrando pelada na rua "É UM COMPLÔ!". aliás, falando nesse cretino, eu estou com saudades dele. na verdade, é uma saudades minha, aquelas que a gente só sente, mas não te dá vontade de retomar contato nem nada. é só saudade das coisas como eram. tipo quando você sente saudades de estudar na sétima série e não tinha nada pra fazer da vida a não ser sair com as amigas e ver Malhação. você sente falta, mas não quer dizer que você quer viver aquilo tudo de novo. deuzolivri. entende, né? pois é. na verdade, eu estou com vontade de mudar de vida. tô morrendo de vontade de mudar de emprego, de morar sozinha ou com uma amiga, ter um apartamento legal e com um banheiro que tenha banheira pra eu colocar os sais de banho que eu ganhei da minha tia. e ter vida de adulto, sabe. eu acho que preciso morar sozinha. mas não pra se livrar da minha mãe. nada disso. é só algo que eu acho que seria legal agora. será que eu conseguiria me sustentar sozinha? eu acho que ia ficar um pouco pesado pagar luz, aluguel, prestação de carro, internet, auto-escola, comida, telefone, condomínio, IPTU, estudos... tem uma cena que não sai da minha cabeça: eu, deitada numa banheira de azulejo verde água (aquelas de prédio antigo), deitada com as pernas pra cima, de molho nos meus sais de banho, com um copo de suco do lado, sem a minha mãe entrando toda hora pra perguntar se eu vou sair ou se eu quero comer, sem o meu irmão entrando pra fazer xixi ou passar gél no cabelo; e no resto da casa, um silêncio. o meu celular do lado, no vibracall. quando toca, eu olho e escolho se vou atender ou não. porque eu moro sozinha, então eu não preciso mais atender a minha mãe ou a mulher do meu pai e o pessoal do trabalho. o banheiro é antigo, o apartamento é pequeno e eu não consigo querer outra coisa. aí a noite eu recebo meus amigos pra comer alguma coisa e conversar e de lá a gente sai com o meu carro. ou o meu namorado-marido passa me pegar com o carro dele pra gente ir ao cinema. ai, eu quero isso pra mim. o engraçado é que eu já menstroei. eu não deveria estar sensível assim.