XuCruTinho
segunda-feira, outubro 11, 2004
 
Não é bem um aperto. É mais como... Uma angústia, eu acho. Algo que incomoda. Não, é mais que isso. Incomoda, mas ao mesmo tempo te dá vontade de chorar. É um incômodo mais... Grave.
Nesses dias, tudo o que eu quero fazer é caminhar. Aí eu olho para as árvores e vejo uma beleza exagerada nelas. Beleza que muitas vezes nem está ali. Melancolia. Estar melancólico é como estar sob efeito de droga. Você fica sensível. Você sente as coisas em proporções quase que virtuais.
E o incômodo grave está ali. Tudo por causa do quê? Hein? Eu não sei direito... Às vezes começa de uma sensação de cansaço. Um desânimo leve que te faz prestar atenção, por alguns segundos, em cada parte do seu corpo. Meu Deus, eu estava esgotada. Eu mal conseguia elaborar um raciocínio sem que ele borrasse. Os meus olhos pareciam estar cheios de areia. Como eu consegui passar o dia inteiro em pé, trabalhando, sem perceber isso?
A melancolia veio daí. Eu comecei a notar que precisava prestar mais atenção no meu corpo. E no que ele queria de mim. A primeira coisa que eu notei: ele queria parar de ser rejeitado. Por mim. Eu o fazia se sentir ignorado como a dignidade de uma moça biscate.
O restante, eu não quis ouvir. Porque a primeira exigência dele já me deixou mais cansada.
Continuei sentindo aquela angústia. No meu trabalho, eu olhava para as pessoas com aquela alavanca escondida dentro do meu peito. Eu poderia chorar a qualquer momento. Bastava um olhar torto, um destrato, uma grosseria. E eu choraria torrencialmente.
Era um daqueles dias, quando você senta e vê a vida passando, as coisas mudando e você tão pequenininha perto de tudo isso... As pessoas entrando e saindo da sua vida, você se surpreendendo e se decepcionando com elas... Ás vezes eu choro pensando nessas coisas. Você vai achar ridículo, mas eu acho tudo tão lindo. Eu fico olhando pra minha vida, vendo as coisas acontecerem e me dá uma vontade de chorar. Como se eu estivesse em um filme ou em alguma história de cinema. E eu paro, sento e assisto. Aí eu olho para tudo e sorrio e choro, meio agradecida, meio deslumbrada, meio ansiosa, pensando se eu estou aproveitando tudo do jeito certo, pensando se eu estou fazendo as coisas como Deus quer que eu faça, pensando se eu conheço o tanto de pessoas que eu deveria estar conhecendo... E choro mais. Porque eu acho tudo lindo.
É mais ou menos assim... Como se eu fosse capaz de sentir todos os cheiros, todos os pezinhos de vento que passam pelo meu cabelo...
E sobre as pessoas que me deixaram, eu fico pensando... Será que eu fiz alguma diferença pra elas? Será que eu demonstrei do jeito certo que os defeitos delas nunca foi o que se sobressaiu nelas pra mim? Será que eu disse que gosto delas de um jeito que elas acreditaram e entenderam isso? Agora elas já foram. Tomara que as coisas dêem certo pra elas. Porque essas pessoas fizeram diferença pra mim.

Ataques de otimismo. Eu até tratei isso na psicóloga uma vez. Ela achou legal.

No mais, é isso.
 
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Em 100% das vezes em que perguntam meu nome e eu digo que é Gabriela, ouço um “Gabriela? Cravo e canela?”, seguido de uma risada. E todas estas pessoas realmente acreditam que a piadinha é super original. Se eu te chamar de jaguara é porque gosto de você. Jesus é tudo pra mim.

Nome:
Local: Brazil

Anos se passaram, Gaby é jornalista formada, locutora de rádio, e continua molhando o pão no Nescau. Sou adepta do regime eterno, ainda tenho problemas sérios para comer de palitinho e fico levemente ofendida com a careta que as pessoas fazem quando eu conto que tenho um gato e ele se chama Xaninho. “Xaninho?? Que nome é esse?”. Um dos meus hobbies é gente esquisita. Eu adoro prestar atenção na história delas. Tenho medo do orkut. E de mariposas peludas. Ui. Eu costumo sonhar com pessoas famosas. Já sonhei que o Eminem vendia perfumes, que o Keanu Reeves estudava comigo e pegava um ônibus chamado “Vila Adidas” para voltar pra casa e que o Bon Jovi era meu melhor amigo. Eu gosto muito de torta de limão.

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