fui fazer uma matéria esses dias na Secretaria Estadual da Justiça. a coordenadora geral do Programa de Proteção a Testemunha veio pra Curitiba discutir com o governo do estado a implantação do programa aqui no Paraná. sabe aqueles negócios de o cara que tem informações sobre crimes importantes mudar de casa, de nome, de cabelo... então, é mais ou menos aquilo.
alguém viu aquele filme com o Scharzenegger "Queima de Arquivo"? então, a essência é aquela. claro que no Brasil as coisas são tão tecnológicas e eficientes como aparece no filme. mas enfim.
aí tá, cheguei atrasada na pauta. a imprensa toda já estava lá. a galera em cima do secretário, entrevistando, fazendo um monte de pergunta, aqueles microfoninhos cabeçudinhos todos aglomerados. catei meu gravador na bolsa e enfiei no montinho. de repente, o secretário, que estava entre os focos de atenção, pára de dar entrevista, vira pra mim e fala: "Oi Gaby", sorrindo. eu fiz aquela cara de caneca. gente, eu nem sabia que ele lembrava o meu nome. todo mundo virou pra mim muito assustado. eu quase falei: "não, eu não tenho um caso com o secretário". eu disse: "tudo bem, secretário?". aí ele ficou sorrindo, com cara de gente boa (que é a cara que ele tem, porque ele é gente boa), e eu fiquei super sem jeito. eu sempre entrevisto os secretários, mas não a ponto de ter essas intimidades, de chamar pelo apelido. é engraçado esse negócio de fazer matéria... a gente entrevista tanto os deputados, os secretários, os vereadores, que quando você vê, eles estão te dando oi de beijinho. e te chamando pelo apelido. mas assim, deputado e vereador é uma coisa. secretário é mais ninja, né... aí meio que pegou mal na ocasião em que eu cheguei atrasada.
mas tudo bem, tudo pelo jornalismo. por ele, a gente reza até missa. com todo respeito aos católicos.